Se você tem um talento, aparecerá alguém para explorá-lo. É isso o que nos ensina a sabedoria chinesa taoista e não há como discutir o grau de verdade dessa afirmação. Basta observar os inúmeros exemplos publicamente visíveis como os esportistas ou encarar os fatos do nosso cotidiano. Somos explorados por nosso chefe, por nossos sócios, por nossos empregados e por aí vai. É preciso encontrar um meio para amenizar a situação e talvez a mesma sabedoria que nos alerta, proponha também a solução.
Certamente há aqueles que possuem talentos únicos e que também conseguem obter as recompensas do emprego de suas aptidões. Mas a maioria permanece explorada ou porque não tem consciência de que tem algo especial a oferecer ou porque não percebe que está sendo submetida. Dessa forma, vemos muitos grandes líderes que nada seriam sem a base e o apoio daqueles que efetivamente têm talentos e que trabalham.
Conheci vários casos desses, mas um deles foi bastante emblemático. Trata-se de um famoso cirurgião cuja maior habilidade era a de fazer marketing propalando sua perícia enquanto, na verdade, seus assistentes realmente capazes permaneciam na obscuridade. O cirurgião não tinha o talento que exibia e teve ainda a felicidade de encontrar-se com alguém extremamente hábil mas que não se importava com o reconhecimento público nem notava que produzia fortunas sem ter direito a elas.
Parece que há pessoas cujo único talento é explorar outros talentos. Aparecem sempre bonitos na fotografia, bem arrumados, com trejeitos elegantes e sabem bajular os ricos e poderosos. Aliás, essa é outra característica dessas pessoas, os interesses lhes movem o humor e desdenham consistentemente dos subalternos. Abramos os olhos para esses, pois caso contrário permitiremos que ganhem notoriedade e extendam seus domínios para explorar cada vez mais pessoas.
Voltando à China, fama, riqueza e poder são os motores e as metas de tais pessoas, exatamente os três venenos do ser humano, para a cultura antiga do Extremo Oriente hoje também já sucumbido aos valores individualistas da sociedade contemporânea.
A solução descoberta pelos sábios taoistas foi a da não-interferência, o não-lucro, o anonimato, a simplicidade. Exatamente o contrário da solução ocidental que seria a de encontrar os meios para se desvencilhar dos usurpadores e aprender a lucrar por si mesmo.
O dilema moral/espiritual dos que se empenham no bem é que para transformar talento em lucro, precisamos gastar nossa energia vital que poderia ser melhor utilizada na realização daquele mesmo talento em benefício do mundo. Por isso a opção pela pobreza ou pela vida modesta daqueles que trilham os caminhos superiores. É o caminho dos bodhisattvas, dos cristãos antigos e até de profetas modernos como Mahatma Gandhi. De fato, não há como servir a Deus e a Mamon (money) ao mesmo tempo.
Cabe aqui ressalvar que quem tem algum talento não deve ficar enfatuado por isso. Ao contrário, a atitude de humildade é essencial para a conservação e aplicação de seus dons. Lembrando de Nietzsche, façamos como seu Zaratustra que ensinava a não dar um nome para sua virtude, para evitar que se estabeleçam termos de comparação com os outros, o que acarreta sua destruição. Apenas vivamos conforme nossa virtude.
Seguindo, portanto, os conselhos da sabedoria antiga, dizemos aos possuidores de talentos e virtudes: "façam de suas aptidões uma doação em benefício do mundo". Essa é a única maneira de não cair no engodo do lucro, nem ser explorado por quem já é vassalo do capital. É isso mesmo! Dê de graça, assim ninguém poderá lhe roubar. Conserve-se vazio e aberto, ofereça o que tem de melhor sem esperar recompensa ou reconhecimento. Não serão os Céus que lhe trarão o pagamento, mas a própria liberdade decorrente de sua atitude será o motivo da sua felicidade.
Parece que há pessoas cujo único talento é explorar outros talentos. Aparecem sempre bonitos na fotografia, bem arrumados, com trejeitos elegantes e sabem bajular os ricos e poderosos. Aliás, essa é outra característica dessas pessoas, os interesses lhes movem o humor e desdenham consistentemente dos subalternos. Abramos os olhos para esses, pois caso contrário permitiremos que ganhem notoriedade e extendam seus domínios para explorar cada vez mais pessoas.
Voltando à China, fama, riqueza e poder são os motores e as metas de tais pessoas, exatamente os três venenos do ser humano, para a cultura antiga do Extremo Oriente hoje também já sucumbido aos valores individualistas da sociedade contemporânea.
A solução descoberta pelos sábios taoistas foi a da não-interferência, o não-lucro, o anonimato, a simplicidade. Exatamente o contrário da solução ocidental que seria a de encontrar os meios para se desvencilhar dos usurpadores e aprender a lucrar por si mesmo.
O dilema moral/espiritual dos que se empenham no bem é que para transformar talento em lucro, precisamos gastar nossa energia vital que poderia ser melhor utilizada na realização daquele mesmo talento em benefício do mundo. Por isso a opção pela pobreza ou pela vida modesta daqueles que trilham os caminhos superiores. É o caminho dos bodhisattvas, dos cristãos antigos e até de profetas modernos como Mahatma Gandhi. De fato, não há como servir a Deus e a Mamon (money) ao mesmo tempo.
Cabe aqui ressalvar que quem tem algum talento não deve ficar enfatuado por isso. Ao contrário, a atitude de humildade é essencial para a conservação e aplicação de seus dons. Lembrando de Nietzsche, façamos como seu Zaratustra que ensinava a não dar um nome para sua virtude, para evitar que se estabeleçam termos de comparação com os outros, o que acarreta sua destruição. Apenas vivamos conforme nossa virtude.
Seguindo, portanto, os conselhos da sabedoria antiga, dizemos aos possuidores de talentos e virtudes: "façam de suas aptidões uma doação em benefício do mundo". Essa é a única maneira de não cair no engodo do lucro, nem ser explorado por quem já é vassalo do capital. É isso mesmo! Dê de graça, assim ninguém poderá lhe roubar. Conserve-se vazio e aberto, ofereça o que tem de melhor sem esperar recompensa ou reconhecimento. Não serão os Céus que lhe trarão o pagamento, mas a própria liberdade decorrente de sua atitude será o motivo da sua felicidade.
Sem esperar nada, jamais sentimos falta de qualquer coisa. Livres dos apegos, estamos abertos para a vida.